sábado, 24 de agosto de 2013

Época de Morangos

Vermelhos
Suculentos
Doce
Doce
Doce
O verde do início se transforma no final
Vermelho
Sinuoso
As curvas que terminam na ponta
Encrustado de sementes
Sobrepondo a pele
E encarapitado no topo
A flor
A flor verde de folhas
Que dá o toque final
E nos campos infinitos, corro
Corro
Corro pelas infinidades verdes
Com seus pontos vermelhos
Vermelho
Rubro
Silhueta desejável
Gosto insaciável
Tensão
Tesão
Emoção
Paixão
Em vão
Se não
Adeus.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Dito e Feito

Porque tem dias que a vida dá certo. Talvez não o 'certo' que se queria, mas um 'certo' que não se esperava ou imaginava e que, no final das contas, te agrada. Tornando-o, simplesmente, certo.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Poema de Coador de Café

Tô cá
Tu lá

Toca
Toca no meu corpo e diz que me quer nua
Toca na minha pele e diz que te agrada

Troca
Troca essas lágrimas por sorrisos
Troca essa saudade por um abraço

Vem cá
Vem que eu vou te mostrar o mundo
Vem que eu vou te escrever um poema

Senta aqui
Senta e vamos ver o céu
Senta e veremos o infinito

Vamos
Vamos embora desse lugar
Vamos viver amor em Paris

"É sexta-feira, amor."

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nossa Canção

(Escrito dia 29/07/2013. Depois de 5 anos te conhecendo e 3 escrevendo, esse é pra você Emma.) 

Pé no chão
Mão no coração

Começo pedindo desculpas. Me desculpe por tudo que algum dia fiz e que por algum motivo te magoou. Esse meu jeito fechado de ser nunca me impediu de ter liberdade para te contar algo quando eu precisava. Apesar de você ainda se manter extremamente fechada, já a disse e digo novamente, e quantas vezes for preciso, para o que precisar, estou aqui para você.

Bate palma
Estala o dedo
Brinca o jogo da canção

Peço desculpas pelo que fiz mais recentemente, que nada teve a ver com você, mas que acredito que a afeta mesmo assim. Por ter me afastado de você nesse último mês, foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e eu nem tenho desculpa para justificar o que fiz. Você vai me deixar por um ano e eu ainda diminui nosso tempo juntas. Não vou estar ao seu lado em nossas últimas apresentações juntas, minha colega de naipe, minha referência. A gente se iguala como ninguém e sempre na mesma posição. Me desculpe por prejudicar nossos últimos dias juntas, tudo por culpa minha. Mania minha de machucar quem gosta de mim. E no turbilhão de coisas acontecendo, veio seu aniversário e me pegou desprevenida. Não tenho nenhum presente físico propriamente dito, mas te dou meu dom mais precioso, o que tenho de mais valioso. Minhas palavras. Mas, nesse momento, até palavras me faltam, me traem e me deixam na mão. Não as tenho para argumentar sobre o que lhe causei.

Mão na perna
Um pé de cada lado

Bom, em segundo lugar, falo de você. O que és para mim. E as palavras me falham novamente. Como te descrever? Colocar uma pessoa em palavras chega quase a ser cruel, uma pessoa é muito mais, ela transcende palavras e definições. O que posso dizer? Você quebrou minha "maldição". Nunca fiquei tanto tempo tão próxima de uma pessoa. Não sei se faz sentido, mas é isso. Desde o momento que nos aproximamos, não nos afastamos mais, e isso durante 5 anos. Um recorde para mim. Você é uma pessoa maravilhosa, extremamente cativante. Inteligentíssima e linda, em todos os sentidos. Nem acredito que vou ficar um ano sem ver seu rosto ao vivo, sem sentir seu abraço, o seu toque extremamente suave e leve.

Bate palma
Estala o dedo
Tudo ao mesmo tempo
Agora corre pro refrão

Brincar o jogo da nossa canção sem ver o seu sorriso, não vai ser a mesma coisa.

domingo, 4 de agosto de 2013

Valsa nº 3 ou Ligando os Pontos

Pra mim. Pra me afetar. Engraçado né...

Adoro ter realizações. Descobrir coisas que não sabia, conectar coisas que não imaginava juntas e ligar os pontos de acontecimentos e, de certa forma, achar uma solução. Acho que foi justamente isso que aconteceu, justamente por isso.

Foi só conversar com quem eu ainda não tinha conversado, quem eu achava que não queria conversar. Coisas mal ditas e mal entendidas. Interpretações erradas.

O que as emoções não fazem com o nosso julgamento...

Diferentes gerações que se encontram em família. Diferentes opiniões e pensamentos. Cabeças diferentes. Mas amor. É o que basta.

Mas então, foi durante a conversa. E então entendi. Pude perceber o porquê. Não havia pensado nisso. Não havia pensado dessa maneira. Nossa.

No fundo, era a mim mesma que eu queria atingir. Precisei fazer aquilo a todos (e a mim) para me perceber. E se eu sumisse? Será que alguém se importaria? Era um pensamento que me assombrava. Não me sentia desejada, querida. Ciúmes de mim? Como assim? Não entendo esse tipo de pensamento a meu respeito. Não tive referências muito boas, e outras ótimas. Mas mesmo assim. Precisava me provar algo. Queria ver quem se importaria, como reagiriam. Queria ver quem ligava. E deu no que deu. Infelizmente, magoei quem não queria, quem não merecia. Meio egoísta.

Era tudo pra mim.

sábado, 3 de agosto de 2013

Valsa nº 2 ou Par

Tranquilidade.

Essa é a palavra que descreve esse momento. Sem mais nem menos a pensar, só sendo neste momento. Sem dar satisfações a mim mesma do que se passa. Não preciso de explicações ou definições. Do jeito que está sendo, está ótimo. O aconchego de um ambiente extremamente familiar, aonde conheço os cantos e esquinas.

Do que mais preciso?

Por mim, está tudo bem. Não preciso de mais nada. Só de não ter que me preocupar, já está muito bom. Era muita gente o tempo todo, muitas coisas ao mesmo tempo. Aqui, paz. Uma surpresa estar me fazendo tão bem, afinal... não queria vir. Muito difícil simplesmente deixar tudo o que estava acontecendo e ir para um ambiente, de certa forma, vazio. Era um turbilhão de coisas que agora se resumem a simplesmente nada. Simplesmente simples.

Mal entendidos, coisas ditas que não necessárias.

Agora, nada disso me interessa. Mudança. Renovação. Voltar para o princípio e começar de novo. Recuar para poder avançar. É por aí. Dar um passo para trás para depois poder dar todos para frente.

Calma e elegância.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Valsa nº 1

Eu só quero transcender tudo isso.

Eu sofro só. Em silêncio. Na minha. Quem sabe que eu estou sofrendo? Quem sabe se eu estou sofrendo? Quero sair dessa realidade, esquecer desse mundo. Porque quando te vejo, lembro que não quero partir, não quero ter que te deixar. Mas lembro que tenho. Não porque devo, mas porque é exigido. Cruel, não? Exigir de alguém que deixe quem não quer, exigir de alguém que faça o que não é desejado.

Ocorre.

O que foi que eu fiz? Por quê? A explicação, ninguém tem. Nem eu mesma. Ela deve existir, mas não é revelada. Não quero lembrar, mas infelizmente te ver me faz recordar. Aparentar-me bem. É o que devo fazer. É o que acabo fazendo. Fico quieta. Ninguém sabe.

Não sei se o que sinto é dor, não sei se é falta, não sei se é carência, não sei se é desespero.

Tanta gente em volta que não me importa, tanta gente que não sentirei falta. Mas e vocês? De vocês eu sentirei. Muita. De você, especialmente. Apesar de não parecer, apesar de eu não demonstrar. Eu, simplesmente sou assim, não sirvo pra pessoas. Não sinto que sirvo pra ninguém. Não sinto. Ou sinto. Muito. Sinto muito. Mas sinto só. Sinto muito, só.

Atordoada, desorientada.

Daí eu saio. Vou ali espairecer. Será que alguém percebe? Não falei com ninguém. Será que alguém dá falta? Parece que não. Me parece que muito não. Parece que nem ligam, parece que nem. Será que alguém repara? Tenho muito dessas coisas. Penso que sou só, e ninguém aparece. Não quero? Não sei. Às vezes sim, às vezes não.

Transtornada.

Acho que tenho medo de compromisso. Porque com ele parece que devo algo a alguém. Eu não sei lidar com isso. É muito difícil isso pra mim, o ato de estar com alguém. Nunca estive, não sei como agir. Sempre fui muito só, lidei com as coisas só. Nunca fui muito de compartilhar, avisar. E já me dei muito mal me importando com as pessoas erradas. Como saber quem são as certas?

Me fala algo daquele jeito, e vai embora. Como assim?

Parece que é de propósito, pra jogar na minha cara, pra esfregar na minha cara. Parece que é só pra me deixar assim. Só pra me provocar. Só porque sou só, só porque eu sou assim, não justifica. Não significa. E eu penso um monte de coisas. Penso, penso penso. Esse pensar demais me atrapalha muito. Acabo indo a lugares que não queria, pensando coisas que não devia.

Até aprece que não sabe pelo que estou passando.

Eu só queria parar por um momento. Uns instantes. Parar de pensar, parar e estar. Parar e ficar. Sem mais nem menos, sem você nem ninguém. Me olho no espelho e não sei quem vejo. Meu reflexo não aparece, não tenho. Quem é esse ser que me encara do outro lado?

Essa minha dor, quem cura é você. Ou não.

"E o desenlace desse impasse Deus conceda que termine em valsa"


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Cerrado em Si

concreto cinza pelo chão
cercado de verde e terra vermelha
blocos, setores
norte, sul
o grito mudo
de quem mora por aqui
todos escutam

nada acontecE

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Receita de Mim

Eu não pedi pra nascer.
Mas que motivo horrível para tentar justificar alguma coisa!
Eu não pedi pra nascer
Mas nem por isso preciso agir desta forma.

Por que eu sou assim?
Que pessoa horrível!
Machuco todos à minha volta por vontades pessoais
E o pior?
A consciência não pesa
Não como deveria
Mas reconheço meu erro
Reconheço minha monstruosidade
Reconheço a feiura de meus atos
E choro.
Choro pelos meus erros
Choro pelo que fiz
Mas
Acima de tudo
Choro pelo que sou
Choro pelo que me tornei
Eu sei que está errado
Que deveria avisar
Mas não o faço
Nem diria que é por pirraça
Nem sei dizer exatamente o porquê
Me acho madura
Crescida para certas coisas
Mas ainda sou criança em muitas outras
Muitas e muitas outras
E também não acho que sou tão madura quanto penso

Foi bom?
Foi.
Faria de novo?
Não daquela maneira. Nunca daquela maneira.

Queria que chovesse.
Que eu pudesse me deitar na chuva
E ali permanecer
O resto dos meus dias
Queria dormir
Até o mundo acabar

Digo que não preciso de ninguém
Mas, talvez,
Precise mais de pessoas do que qualquer outra
Precise de carinho e afeto
Que tive em escassez própria
Apesar de viver rodeada de uma família e amigos extremamente amorosos

Já me ferrei muito sentindo algo por outras pessoas
Já me ferrei muito me deixando abalar
Já me ferrei muito me deixando importar
Fica mais fácil
Simplesmente não.

Fria e calculista
Com uma colher de sopa de sarcasmo
Uma pitada de ódio
Um toque de chatice
E afeto a gosto
O problema é que
O gosto foi pouco.

Espero que dessa vez eu aprenda
Vou me tratar
Acho que nem me reconheço mais
Se me olhar no espelho
Não sei o que verei
Pois não sei o que me tornei

Ainda assim,
Gosta de mim?

sábado, 6 de julho de 2013

Inércia

(Bruna, esse é pra você. Porque as coisas vão acontecer sem que nós queiramos. É a vida, não adianta tentar parar ou evitar. Então aproveite, aprenda e viva. Depois você volta.)

O mundo anda tão parado.

E essa dor?
É muita dor pra pouca pessoa
preciso gritar
gritar minha dor em silêncio
Porque eu sinto
eu sinto tanto
que chega
sinto muito
Eu sinto
e luto
Eu estou de luto
de luto por mim
de luto pela minha vida

"A vida anda difícil né?"
"Não tá fácil pra ninguém."

E o mundo começa a girar novamente.

Porque momentos são só momentos
pessoas apenas pessoas
E as coisas passam
nunca voltam
mas acontecem diferente
do que esperávamos
do que imaginávamos
Aproveitar todos os acontecimentos é realmente viver
desfrutar de cada pedacinho
deliciar-se com cada detalhe
Se é bom, aproveitar
Se é ruim, aprender

Sofrimento?
Ilusão.