segunda-feira, 28 de julho de 2014

Noite de Reunião

(Numa noite de amor. Numa noite sobre o amor, ah... esses olhos.)

Já tinha tempo, que a saudade já não batia mais. A falta já nem me perturbava. Mas nessa noite o amor foi maior. Nessa noite, um presente. Ah... esses olhos. A gente se perdendo e se procurando e se achando e se olhando e se consumindo sem se tocar. É difícil segurar a vontade de te procurar na multidão. É difícil deixar de olhar.

A conversa nem dura muito, parece que falta um pedaço. Falta. Mas é pra ter de novo. Pra gente ter que se encontrar de novo pra terminar de falar. A gente se encontrar de novo pra terminar de se contar. Se encontrar de novo pra terminar de se olhar. Terminar de se entrar.

Lembra? Lembra do entrar um dentro do outro? Lembra do se perder? Lembra dos poucos segundos que pareciam eternidade? Lembra?

Ah... esses olhos.

Vê-los novamente trouxe a saudade de volta. Trouxe toda aquela ansiedade. Trouxe todo o desejo. E eu aqui pensando que não os veria novamente. Eu aqui pensando que os olhares estavam perdidos. Às vezes é tão bom estar enganada. Tão bom estar atordoada. Tão bom estar, ah... esses olhos.

sábado, 26 de julho de 2014

Tropeço

(Paulo, por todos os motivos. E por apenas um.)
(Há uma música que acompanha esse texto, e aqui está ela: https://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48)

Eu queria que te vissem como eu
como eu te vejo
como eu te vejo e te desejo
te desejo o amor
todo amor dessa vida

Pra gente sair daqui
sair daqui e ser feliz
ser feliz e viver
ser feliz e esquecer
ser feliz e se morrer
foi

Vamos
porque só a gente se entende
só a gente se aguenta
só a gente se sustenta
de pão, pirraça ou saco cheio

O dia passa e a gente nem percebe
a noite chega e não faz diferença
o tempo acompanha mas a gente só cresce
junto separado contigo comigo ou só

e se só não é a maior menor palavra, não sei qual é

Por todo amor que houver nessa vida
Por todo o horror que nos cerca e não nos espanta
Por toda a dor que houver de passar
Por todo dia que houver de sonhar

Por mais que tudo isso
pelo dia
o bendito dia
em que nesse grande mundo
e nessa vastidão de pessoas
eu te encontrei.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Porque não importam os seis meses de inverno

(Rubens, Paulo e Ian. Porque eu nem preciso explicar porquê.)

Porque ao seu lado não dói
ao seu lado é como se nada tivesse acontecido
é como se eu fosse esse momento e nada de ruim passa por minha cabeça

Porque ao seu lado a vida acontece
não me sinto estancada numa ferida aberta
não me sinto parada no tempo ou num ponto fixo no espaço

Porque ao seu lado o mundo gira
ganha cor, cheiro, flor e sabor
como os seis meses de escuridão total que voltam a ver o sol

Ao seu lado
Aos seus lados
Aos lados
Seus

Como se fôssemos um
Como se fôssemos cada um
uma qualidade de um grande todo

[Eu tenho medo.
Não quero estragar o que há entre a gente.
Tenho medo.
É difícil trocar algo certo por algo indeciso.
Medo.
Você não sabe... não entende.
Eu.]

Porque ao lado de vocês...
se bem que nem precisa ser ao lado literalmente
mesmo de longe a gente não se espanta

Porque a gente nem precisa de porquê
a gente simplesmente sabe
e é.