fico esperando
você
virar a esquina
olhando pros lados
procurando seu rosto
na multidão
o espectro vasto
que encontro
de solidão
aqui dentro
me desperta
o coração
a gente sofre
mas a gente gosta
a gente se engana
diz que não sente (ou não quer sentir)
mas no fundo
a gente não controla
espasmos colaterais
compõe o meu sermão
que digo
em vão
com sutilezas escondidas
e declarações disfarçadas
acobertadas
e misteriosas
as verdades que se calam
no meu peito
pulsante
fervente
contente
carente
do seu olhar
que espero
virar a rua
pra encontrar
sábado, 24 de março de 2018
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