segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ao Som dos Bandolins

De choro me desfiz e te refiz. No palco, a atriz se diz meretriz, mas só condiz dizer que o que se sabe é pouco. E o toco, reforço, lá fora, te espera pra sentar e se acalmar, acalentar e se deixar pelo luar. Mas não tem lua, lá fora chove e a água leva embora as impurezas, as indefesas, as destrezas e nos convida a aproveitar. A dançar nessa água sagrada que nos banha do céu, nos cobre de algo parecido com mel. Só me diz se é real ou se é melhor deixar de lado, o que era o contrário do inverso do avesso do desigual que se julga anormal pelo jeito ideal de se dançar assim, ao som dos bandolins. Mas se ela apertasse desse jeito, ao som dos bandolins, me diz se seria direito que se cantasse e se rodasse como criança menina de saia na rua, de noite insegura, com jeito se apura e de longe se culpa e desculpa se soei mal. É que a madrugada me pegou de jeito e se desenvolveu ao som dos bandolins e me fez assim, como uma criança dançando a noite e valsando até o fim, pra se dizer feliz afim de me julgar amada ao som dos bandolins.

(16/12/2014)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Indigestão

Do vício
Ao verso
Do reverso
Ao inverso
Do avesso
Ao contrário
Do acesso
Ao literário

Do disposto temporário que fosse junto, honorário
Confesso que o traço me pegou pelo contrário
Reverso avesso indigesto
Manifesto

Eu peço
Despeço
Tropeço
Arremesso
Mas de resto
Só, sem acesso.