terça-feira, 26 de maio de 2015

Aberração Cromática

(Estudo de personagem.)

Eu queria te contar uma história. [Não sei bem se devia ou se queria mesmo]. Ela começa outro dia, quando acordei de madrugada perturbada pelos meus sonhos. Acordei e não consegui mais voltar a dormir. Eu precisava pintar. Eu precisava colocar pra fora algo que se entalava e se escondia no meu peito, no meu sujeito singular e incomposto. O meu verbo é intransitivo e eu não consigo complementar. Eu tenho sede de me descobrir mas eu nem sequer sei acordar pra saber se de fato estou viva.

Olhei pela janela e só vi a escuridão. |Fechei| Eu não precisava de mais escuridão. Eu quero o claro, a claridade, a certeza, ou a incerteza mesmo. Mas a consciência. 

Branco. Quero tudo branco.

Não sai. Não sai. Nada sai!

Eu estou me sentindo imobilizada.

É como se eu fosse sendo amarrada por cada traço que eu não consigo dar, cada pincelada que eu hesito em performar.

Isso tem que acabar.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Sujeito

(Esse vai pras pessoas mais lindas que encontro toda segunda e quarta. "Porque o que a gente faz é amor." BAGGIO, Danielle.)

A presença é a única que acalma
É a única que preenche
A única que me aquece

A saudade é a que dói
É a que lá do fundo me faz lembrar
Que um dia você esteve aqui

Eu aprendi
Que não é só se falando
Que a gente vai se encontrar

Aprendi
Que a gente tem que olhar nos olhos
Pra poder confiar

Eu entendi
Que é só se tocando
Que se sente

Entendi
Que é só vivendo
Que se entende