domingo, 27 de maio de 2012

Dois amores e 2 porres

É como tentar abraçar o mundo com as pernas, querer carregá-lo nas costas.
Eu caio, caio e caio.
Não consigo.

Colocamos muitas expectativas nas pessoas. Esperamos muito delas. Mas, no fim, elas apenas nos decepcionam. A gente ainda espera que, naquele último momento, ele vai ligar, ela vai responder, alguém vai se arrepender e você vai conseguir perdoar. Esperamos que alguém ainda se importe. É aí que nos enganamos. Muitas vezes, no final das contas, não conseguimos nada disso. E na maioria delas também sabíamos que não iríamos conseguir, mas ainda assim esperávamos que sim. Só para nos desapontarmos de novo, de novo e de novo.

A vida é feita de escolhas.
Você pode escolher não se decepcionar de novo.
Mas será que você consegue?

No último segundo, ainda temos esperança que estejamos errados.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Padrão Individual

É mais fácil, simplesmente, não se importar.
Estar sozinho, mas não necessariamente solitário.
Você se acostuma.
Vira rotina.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mas a Vida Não Espera por Ninguém

Eu só quero parar.

Tantas perguntas a serem respondidas
Tantas escolhas a serem feitas

Eu só quero parar!

Eu não sei responder às perguntas
Eu não sei o que escolher

Eu só quero parar...

sábado, 5 de maio de 2012

Pink is like red but not quite

Só quero te ter por perto e pronto.
Sentir teu cheiro pela manhã.
Acariciar seus cabelos bagunçados pela noite.
Te abraçar durante a manhã gélida.
Enxugar tuas lágrimas quando chorar.
Segurar sua mão.

Só isso e ponto.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Cólera - Parte III ou Carta

Te contar isso é um tanto quanto difícil, te escrever assim... Sinto tanto a sua falta. Mas, como tudo na vida, tive que seguir em frente. As primeiras semanas foram as mais difíceis. Você estava o tempo todo na minha mente, nos meus sonhos, na minha cabeça. O tempo passou e você foi virando uma memória. Umas das melhores que já tive, mas só isso. Eu não podia deixar de viver por causa de você. Não seria certo. 
Eis que um dia vagando pelas ruas a encontro. Àquela mulher da estação de tantos anos antes. Àquela que te contara que me contagiava e a deixava com um pouco de ciúmes. A do vestido vermelho, do rosto delicado e pálido, da pele branca e macia. Que, por um segundo, me fez esquecer de tudo ao meu redor e naquele momento éramos só eu e ela olhando um profundamente nos olhos do outro. 
Ela estava muito bela, nem parecia que os anos a haviam atingido. Estava com uma criança. Uma linda menina que vestia um vestido florido. Lembrava muito a mãe. Que me atraía o olhar como ninguém. Nossos olhares se cruzaram e eu percebi que ela também havia me reconhecido. A menina percebeu também e perguntou à mãe algo e não sei o que ela respondeu. Fomos nos aproximando até podermos nos ver com os mínimos detalhes. Primeiramente não falamos nada e a criança estava inquieta. Só nos encaramos por vários minutos, meio que sorrindo meio que não sabendo como conversar. Afinal, nunca tínhamos nos falado, apenas nos visto uma vez numa estação de trem. E essa história você já sabe bem, quantas vezes  já não te contei... 
Dizem que é um casal se juntar que os problemas começam a aparecer. Fazia tanto tempo que a gente se viu e, ainda, não nos conhecíamos! A gente brigava, brigava e brigava. Mas, no fim do dia, nos amávamos tanto que as brigas não importavam. Éramos feitos um para o outro. E mesmo ela tendo uma filha, a criança nunca teve um pai, eu me tornei o dela. Nos dávamos muito bem, fomos crescendo aos pouco um no outro até nos tornarmos amigos. 
Sempre admirei a nossa honestidade um com o outro. Você sempre esteve do meu lado quando precisei, e eu do seu. Somos companheiros. E mais do que isso, amantes. E por esse motivo te conto isso tudo. Pois você ainda é importante e especial para mim, sempre foi e sempre será parte da minha vida. Por mais que tenha reencontrado a mulher de vermelho da estação de trem, você ainda tem um lugar reservado no meu peito que ninguém, por mais amado por mim seja, jamais preencherá. 
Com amor,
Sempre seu.


Naquele lugar cinza e sombrio, te encontro. Não exatamente você, mas o que resta de ti. Essa carta lhe pertence. Mesmo que não possa lê-la. Por isso deixo-a em seu frio e duro túmulo.

E uma lágrima ainda escorre dos meus olhos por você.