sexta-feira, 21 de julho de 2023

ultra

Oi.

Você tá aí?

Eu só queria te dizer que… tô aqui num lugar muito bonito e eu lembrei de você. E que, de vez em quando, você aparece nos meus pensamentos e eu fico meio assim com aquele sorriso besta, meio sem saber o que fazer, se te mando uma mensagem, se te ligo, se grito teu nome (vai que você escuta).


(Com lágrimas nos olhos) me deu vontade de chorar e eu não sei bem porque. Não sei se eu tô triste, se tenho saudade, se tô feliz. Se é tudo isso junto misturado numa confusão assim ó.


Mas eu queria que você ligasse. Queria ver o teu rosto, olhar pra tua cara. Queria te mostrar o que eu tô vendo e queria te dizer que eu fiz uma trilha muito legal pra chegar aqui. Nada de mais, mas assim, pra quem também não faz trilha há algum tempo, foi legal. Desbravando lugares.


Podia ser uma mensagem também assim sabe só perguntando “oiii, tudo bem? como você tá? lembrei de ti” ou “pensei em você” ou então “só queria saber como é que você tava”


É engraçado porque eu caio nesses dilemas, de ficar nessa tipo “ligo não ligo, será? ah, mas pode estar fazendo alguma coisa, o que que eu vou dizer se ela atender? não sei hahaha”


Essa é a parte que mais me confunde quando eu me apaixono assim desse jeito. Muda alguma coisa que eu não sei dizer o que é, e não sei se alguém sabe. Mas alguma coisa muda, e todo mundo sente. E isso é muito doido.


E aí pronto, a gente fica besta, não sabe o que fazer, não sabe se diz se não diz, se vai se não vai, se faz se não faz, loucura…. E aí pensa. Pensa, pensa, pensa, pensa, pensa. E quer estar junto, sentir o cheiro, o toque da pele assim…


Aiai


Queria dizer que eu te amo e que tenho saudade! E que esse timing foi mesmo uma coisa muito… específica. Que essa vida é muito louca. E que os encontros são a coisa mais preciosa que a gente tem. Os momentos, de apreciação da vida. E eu tenho apreciado a vida. E tenho estado muito feliz. Não só por mim mas também pelas pessoas a minha volta. E você é uma delas. Eu tô muito feliz por você.


Eu quero poder partilhar esses momentos de felicidade, essa sensação boa de estar bem. E estar contigo. Compartilhar os sentimentos loucos, as sensações, as vivências. Tem sido tudo tão doido, tão intenso.


Eu queria tudo isso sabe. Mas ao mesmo tempo… não faço nada. Não digo, não peço, não ligo. Mando uma mensagem qualquer, comento aqui ou ali. E é isso. Ao mesmo tempo fico me perguntando se eu queria mesmo. Como é que é isso? Como é que funciona? Sabe? Tipo… o quanto é minha carência, o quanto sou eu querendo você perto ou querendo estar perto, ou se essas coisas estão conectadas… talvez sim, talvez não, eu não sei.


Mas, independente de qualquer coisa, nada do que eu disse deixa de ser verdade.







(escrito no dia 18/07/23 em Zambujeira do Mar com vista pra praia; pensei em te ligar mas acabei escrevendo um texto)

terça-feira, 27 de junho de 2023

vontades espontâneas de retomar hábitos prazerosos

 eu fui tentar te escrever umas coisas, nem sei bem porque

tava sozinhe em casa meio bêbade e de repente vi a máquina de escrever em cima da mesa (na última arrumação eu fiz questão de deixar ela a mostra, queria ver se retomava essa coisa) e pensei vou escrever algo, e as palavras já foram me vindo mas de repente colocar o papel foi muito complexo, amassou e quando fui escrever reparei que o teclado não é o que estou familiarizado e isso faz com que o processo todo seja bem mais complexo né. imagina a máquina já tem ali a sua dificuldade da pressão nos botões toda aquela coisa de quem tá acostumada com teclado de computador, outra facilidade. privilégios que chama né. enfim, outras coisas. daí o teclado todo diferente, não é QWERTY é AZERTY, daí o M tá em outro lugar, e outras letras também. mas aceitei o desafio e fui tentar escrever mas daí aquela coisa né máquina velha, da feira da ladra, esculachei no WD40 mas tem coisa que nem ele salva. meio emperrada, nem sempre anda nem sempre imprime. ai ai eu sinto falta da máquina do meu avô.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Olhos marejados


Eu tenho vivido com olhos marejados

Calejados de enxergar a dor

Cansados da violência e hipocrisia


Eu

Tenho vivido com olhos marejados

Porque a vida me encanta

Com seus detalhes

E momentos

Preciosos


Eu tenho vivido

Com olhos marejados

Porque acredito na potência dos encontros

Me fascina a genialidade das pessoas

A capacidade de serem

Incríveis


Eu tenho vivido com olhos marejados

Porque é difícil mudar

A transformação é plena

Porém árdua


Sou o que fui

E o que vivi

Mas tudo muda

As raízes crescem

Tornando mais forte

A estrutura


Quantas versões de mim existem entre o que sou e o que quero ser?

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

ausências

Queria te dar um beijo

Caloroso e com cuidado

Te envolver nos braços

Se acalorar de noite

Com calma


Quero sentir seu corpo

por completo

Beijar cada pedacinho

Te olhar nos olhos

Te acolher com a alma

Com calma


Tenho sentido teu cheiro

quando o vento sopra

Tenho sentido sua falta 

quando esfria

Quando esvazia

Quando anoitece

Nem o peito aquece


Eu (ainda) sinto

Que podia te encarar

O dia inteiro

Guardar teu cheiro

Nas minhas entranhas

Viver

Em conjunto

O prazer

(d)e se descobrir

segunda-feira, 4 de julho de 2022

T

dia 1: a curiosidade matou o gato ou fui eu?


o que justifica nossa curiosidade?

o que se faz pela curiosidade?

será que estou disposto a lidar com as mudanças que a minha curiosidade gera e causa?

se a curiosidade é pela mudança, do que eu tenho medo?

por que mudar dá medo?

será que toda mudança é irreversível?

e a curiosidade, é irreversível?


agora

onde entra o gato nessa história?

morreu pela curiosidade que tinha?

eu que matei o gato?

ou fui eu que morri?


(04/07/2022)

domingo, 6 de março de 2022

transar com o espaço-tempo existente na linha tênue entre dois corpos em três partes, parte três

Eu quero te escrever poemas, cartas e textos para tentar, de alguma maneira, expressar pelas palavras o que meu coração já sente. Tentar descrever o que meu rosto já demonstra quando encontra o seu. Tentar revelar o que acontece aqui dentro do peito, da barriga, da buceta quando os olhares se tocam, os lábios se encontram e as mãos apalpam os corpos.

Eu quero compartilhar minha existência contigo e te levar comigo para onde eu for. Quero trocar comentários idiotas, sorrir desconcertada e rir de besteiras contigo.

Eu quero sentir o seu calor, acariciar sua pele macia, puxar seus cabelos, morder seu pescoço, apertar sua bunda, lamber sua vulva e sentir o prazer do seu êxtase.

Eu queria te escrever palavras bonitas, mas só saíram as apaixonadas.

E talvez nada disso seja suficiente ou eficiente em demonstrar o turbilhão vulcânico que eu sinto por você.

transar com o espaço-tempo existente na linha tênue entre dois corpos em três partes, parte dois

eu
ando
viciada
em você
nos seus
contornos
retornos
adornos
no seu
ser
e estar
serestar
para
na festa
te encontrar
com o
olhar
te dançar
com o ritmo
do coração
o pulso
da emoção
o calor
úmido
do tesão
te penetrar
sentindo
teu corpo
por dentro
o prazer
te dar
de dar
de te dar
e
guardar
comigo
a sua
vibração
e expressão
existencial
do gozo
partilhado
pelo encontro
dos corpos
o toque
das peles
e os fluidos
que se trocam

transar com o espaço-tempo existente na linha tênue entre dois corpos em três partes, parte um

mexo
e remexo
os lençóis da cama

deitada no teu abraço
sentindo os corpos
preenchendo o espaço
ouvindo teu coração bater
e a sua barriga
inspirar
expirar
subir e descer

eu quero escutar as tuas músicas
conhecer seus gostos e desgostos
partilhar dos teus sonhos
acompanhar sua caminhada
e seguir do seu lado
sentindo teu cheiro
teu calor
teu suor
teu toque
tua boca

quero beijar cada cantinho do seu corpo
tocar sua pele por completo
acariciar suas subjetividades com as minhas
compartilhar vulnerabilidades
no pequeno cemitério de coisas
que ficam pra trás
e impulsionam pra frente

todo tanto parece pouco
toda distância parece longe demais
todo tempo parece insuficiente

perdi a palavra, ela disse
perdi a palavra por aí
se tu encontrar, joga ela pra cá

domingo, 26 de dezembro de 2021

com a cabeça no travesseiro

eu 

tenho tido 

inspirações diárias

enquanto te envolvo

com meus braços

trocando suor

durante a noite

mas

logo antes

de adormecer

quando as respirações

sincronizam

ela vem

eu sinto

é quase físico

como o seu toque

a sua língua

sua respiração

ela sopra

palavras

que

poeticamente

se ordenam

porém

eu 

não quero te largar

ou te acordar

e deixo ela passar

como

a

volatilidade

e

impermanência

da sua presença

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

sobre o silênicio

as palavras me faltam

todos os sentimentos

engasgados

na guela

as

palavras

faltam

parece que me escapam

da boca

somem

na língua

me faltam

palavras

mas o corpo

esquenta

sua

abraça

aperta

geme

contorce

estica

e relaxa

goza

as palavras

não dão conta

não comportam

tamanha emoção

e

me faltam

tropeço

na calçada

molhada

segura firme

acha o centro

respira

engole

as palavras me faltam

engole

respira

acha o centro

segura firme

molhada

na calçada

tropeço

me faltam

e

tamanha emoção

não comportam

não dão conta

as palavras

goza

e relaxa

estica

contorce

geme

aperta

abraça

sua

esquenta

o corpo

palavras

me faltam

na língua

somem

da boca

parece que me escapam

faltam

as

palavras

na guela

engasgados

todos os sentimentos

as palavras me faltam