(Esse é pra minha amiga amiga da lua. Ao fenômeno dessa noite, que além de encobrir coloriu a lua de vermelho. Isabella, vamos juntas dançar essa transformação?)
De amor dói o coração
e de novo toca nossa canção
Na noite
ela lá, fria
completa
Se perdendo aos poucos para a sombra
sendo engolida pela escuridão
Espetáculo
E da luz mais intensa
breu
Desse escuro mais denso
e espesso
sangue
De pouco em pouco
se esvai
e se transforma
Por amor faço um pedido
e por ele mesmo
peço compreensão
Energia que emana
na longa
consagração
Vem cá
dança comigo essa transformação
Vamos
ao som da emoção
E não importa a distração
meu olhar é seu
e com razão
afinal
são ciclos
que começam e se fecham
E agora quase lá
espero te ver completa
complexa
convexa
imensidão
Me conta mais uma vez
como fica esse coração
e me explica
se eu devo ou não
Com toda essa explosão
expansão
tem gente que perde o momento de contemplação
fica olhando pela contramão
E por fim
se esconde assim
sem mais nem menos
Vem me dizer
e conta como foi
o prazer de se esconder
por detrás
da imensidão
Lá está ela
vermelha pela janela
me encarando
de coração
e me olhando
por dentro da alma
sem dar explicação
sem me contar a intenção
ou a direção
que vai me arrastar
mas me deixo levar
Eu queria conversar
sozinha contigo
pedir abrigo
e solidão
buscar ao seu lado
a companhia
que me completa
o coração
E lá do fundo
com toda contemplação
toda disposição
e sinceridade
agradeço
e me despeço
buscando
então
renovação
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Outro dia eu estava sonhando acordada
Eu só quero te esquecer!
Você mexe comigo e eu não consigo fazer nada
Eu não te tiro da cabeça
Ou melhor, você não sai de lá
Parece provocação, parece que é de propósito
Parece que é só pra me tirar do sério
Só pra eu te desejar
Só pra você ter aquele gosto de saber que tem alguém pensando em você
Parece de propósito
Eu tenho essa ânsia e você me aparece no campo de visão
Você vem me perseguir sem nem saber que o faz
Talvez não seja algo romântico (eu bem acho que não é)
Mas é sim um desejo
Daqueles desejos carnais
Daqueles desejos de te possuir e de me deixar ser possuída
Aquele desejo de me deixar ser possuída pelo desejo
Ser possuída pela sensação
Possuída pelo toque
Os corpos nus se tocando
E a gente se pirando e se descobrindo e se reinventando
E se tendo naquela intimidade
Intimidade essa só nossa
É isso que não me sai da cabeça
E você está mais do que incluído nessa fantasia
Fantasia essa que só existe por sua causa
Então, a verdade é que eu não quero te esquecer
Não quero abandonar essa fantasia
Não quero abandonar o desejo
Quero apenas
Consuma-lo
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terça-feira, 22 de setembro de 2015
Aisthesis
A sensação
que vem e toca
Distorce
Amorfa
Emoção
Ilusão
Paixão
É compreensão
e ao mesmo tempo
percepção
É corpo,
movimento
e ação
Inconstante tempo
Penetrante
Que vibra
Pulsa
e deforma
Dilata
Adapta
Retorce
Encolhe e estica
e se multiplica
Se faz perdida
Invadida
e cai
que vem e toca
Distorce
Amorfa
Emoção
Ilusão
Paixão
É compreensão
e ao mesmo tempo
percepção
É corpo,
movimento
e ação
Inconstante tempo
Penetrante
Que vibra
Pulsa
e deforma
Dilata
Adapta
Retorce
Encolhe e estica
e se multiplica
Se faz perdida
Invadida
e cai
domingo, 20 de setembro de 2015
Entre
(Inspirado e dedicado àquele grupo lindo, que sempre nos convida a adentrar seu apartamento. Obrigada Grupo Tripé por, mais uma vez, me deixar entrar no seu quarto.)
Vem cá
me conta uma coisa
me diz se é isso mesmo que você sente
ou se vamos ficar cada um na sua
sendo gente
Vem cá
e me fala no pé do ouvido
que me quer
de lado ou mesmo
mal passado
Vem cá
me dar um jeito
e contar pra mim direito
que não basta ser amigo
tem que dormir todo mundo junto
amontoado
Vem cá
me ameaça de paixão
e vê se não me enche
vira cada um pro seu lado
pra se enxergar se olhando de costas
Vem cá
mas vem mesmo
porque pra te amar
eu preciso te mostrar
já que não sei falar
Vem cá
entra junto
vem morar aqui
vem se perder um pouco
e desistir do mundo lá fora
Vem cá
pra gente se entrar
pra gente se encontrar
pra gente se largar
pra gente se contar
depois
Vem cá
me conta uma coisa
me diz se é isso mesmo que você sente
ou se vamos ficar cada um na sua
sendo gente
Vem cá
e me fala no pé do ouvido
que me quer
de lado ou mesmo
mal passado
Vem cá
me dar um jeito
e contar pra mim direito
que não basta ser amigo
tem que dormir todo mundo junto
amontoado
Vem cá
me ameaça de paixão
e vê se não me enche
vira cada um pro seu lado
pra se enxergar se olhando de costas
Vem cá
mas vem mesmo
porque pra te amar
eu preciso te mostrar
já que não sei falar
Vem cá
entra junto
vem morar aqui
vem se perder um pouco
e desistir do mundo lá fora
Vem cá
pra gente se entrar
pra gente se encontrar
pra gente se largar
pra gente se contar
depois
domingo, 6 de setembro de 2015
Eu não faço questão ao mesmo tempo que faço e não.
Como explicar
ou ao menos
Como começar a perguntar
a entender
Como se dá o processo
ou mesmo
O inverso
a dualidade
Que se enxerga
na diferença
O sorriso
e a seriedade
Lá de longe
observo
Inquieto
disperso
Convexo
o pretexto
Era o mesmo
mas não se concretizava
No espaço
entre a gente
Penetrante
cortante
Afiado
mas afinado mesmo
Foi sua nota
tocada
ou ao menos
Como começar a perguntar
a entender
Como se dá o processo
ou mesmo
O inverso
a dualidade
Que se enxerga
na diferença
O sorriso
e a seriedade
Lá de longe
observo
Inquieto
disperso
Convexo
o pretexto
Era o mesmo
mas não se concretizava
No espaço
entre a gente
Penetrante
cortante
Afiado
mas afinado mesmo
Foi sua nota
tocada
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pouco verso hoje junto
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Ao São
(Ao concerto do Madrigal de Brasília, que pude novamente assistir e me apaixonar.)
III.
Movimento inquietante
olhar distante
encontro permanente
mas que só
acontece
de longe
Movimento involuntário
que
ao contrário
do que se pensa
só bate de frente
quando indevido
IV.
No dado instante pertinente e relevante na tarde de sol quente se estende na minha frente e distante de repente, corre.
O encontro se faz conjunto quando passo a te entender, quando passo a dizer o que espero receber e me contenho para não pular em seus braços e seus cantos que de canto me encantam.
V.
O som que me arrepia
distrai
e se esvai no espaço
mas fica aqui dentro
guardado no peito
quente
contente
desponta
sorridente
atrás do teu sorriso
que chega sorrateiro
pelo canto dos lábios
mas que se denuncia
nos olhos
e no vermelho
do teu rosto
E eu me encanto
de um jeito
sem jeito
com esse seu jeito
e todo seu trejeito
apesar do seu conceito
ser meio
sem jeito
com todo
preceito
que se pode
ter
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
A Poética do Solilóquio
(Pela perda.)
Vazio
Encarando a imensidão
Ninguém sabe a dor da perda do outro
Ninguém conhece o sofrimento pleno
Imóvel
Estático
Paralisado perante o céu azul
Que pode ser escuro ou claro
Que pode ficar cinza também
Coberto de nuvens
Até cair água
A melhor água
Aquela que lava
Aquela poética
Que despenca e nos encharca
Sem pedir licença e sem se desculpar
O calado
A calada
Eu
Só
Chega um momento que é só desolação
Chega uma hora que nem a emoção
dá conta
A gente pede baixa
Acerta a diferença
Desconta o tempo aproveitado
E paga o que restou
Mas de resto
Nem o processo
Nem o inverso
Vai dizer se foi bom
Ou ao menos
se valeu a pena
se valeu a pena
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Colisão
Eu me perguntava se era verdade
Mas duvidava da mentira
Enquanto ponderava o quase
E me despedia do talvez
A questão era simples
Mas requeria atenção
Exigia precisão
E fugia completamente da razão
Entenda
Não me leve a mal
Mas saiba que é normal
Eu olhar pro lado
E fugir do seu olhar
Ainda que eu queira
Eu esqueço de me lembrar
Que o contato da visão
É quando se aprende a amar
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poemas
domingo, 14 de junho de 2015
Nuvem
A sua maldade
Me trás a saudade
Que eu nem me lembro
Mas que me dói por dentro
O seu desejo
Me trás o anseio
Que daqui pra frente
Eu sigo contente
A sua saudade
Me lembra a maldade
Que me faz sorrir por dentro
E me esquecer ao relento
O seu anseio
Me trás o desejo
Que hoje, contente
Espero te ver de frente
E mesmo que seja de repente
Quero que saiba que queroQuero que saiba que lembroQuero que saiba que esperoQuero que saiba que a sua maldadeSempre me deu saudadeDaquele outro tempoQue veio antesda vida nosacontecer
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poemas
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Valentim
(Inspirado num lindo concerto de amor do Madrigal de Brasília.)
I.
I.
Bomba pulsante
de calor incessante
sem descanso
passante
dispara
Músculo que contrai
sentimento que distrai
sem regra
intrínseco
vibrante
II.
A partir do momento que a espera é superada pelo desejo, que a vontade sobrepõe o medo e que se entende que não há outro jeito, a boca abre e a garganta dispara e canta e o que vem de dentro se sobressai.
O que dizer vai depender do prazer e do querer de se saber compreender o indizível incompreensível gesto manifesto do que é amar.
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