(Para meu irmão Lucca e meu primo Hugo, e seus insaciáveis vícios de Segunda Guerra Mundial.)
E parado deitado, suando frio e debaixo de chuva, eu penso em casa. Penso em estar de volta nos braços de minha mãe e ouvi-la dizer que está tudo bem, que está na hora de deitar, já é tarde. Sinto falta de casa, da rotina de acordar toda manhã para estudar, assistir a aulas e discutir com os professores.
A vida é um conto. Uma história que se repete. Fatos que acontecem. Momentos que, ora se vive e ora se passa. Momentos.
E o tempo, que passa por nós despercebido, é o mais cruel de todos.
Eu e meus colegas, todos morrendo de medo, não sabendo o que nos espera do outro lado. Todos ali por uma causa, é o que nos faz continuar. Obrigados a estar aqui procuramos olhar o lado bom, e pensar no que nos espera se voltarmos.
Respiro fundo e mal me movo. Olho pela mira e o acho. Respiro fundo. Mão no gatilho. Tiro. E ele cai.
Fico imaginando como a família dele vai ficar quando receber uma bandeira e uma carta, dizendo que seu filho/marido/pai havia sido morto, que lutou bravamente por seu país, mas acabou morrendo por conta de um pobre coitado do outro lado que só quer voltar pra casa, assim como ele queria.
Não se pode ter perdão, não se pode pensar no que acontece depois que se mata alguém. Se pensar muito, ganha o mesmo destino.
Em tempo de guerra, é cada um com seu time. Sem hesitação ou segundas chances.
domingo, 9 de setembro de 2012
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