(Numa noite de amor. Numa noite sobre o amor, ah... esses olhos.)
Já tinha tempo, que a saudade já não batia mais. A falta já nem me perturbava. Mas nessa noite o amor foi maior. Nessa noite, um presente. Ah... esses olhos. A gente se perdendo e se procurando e se achando e se olhando e se consumindo sem se tocar. É difícil segurar a vontade de te procurar na multidão. É difícil deixar de olhar.
A conversa nem dura muito, parece que falta um pedaço. Falta. Mas é pra ter de novo. Pra gente ter que se encontrar de novo pra terminar de falar. A gente se encontrar de novo pra terminar de se contar. Se encontrar de novo pra terminar de se olhar. Terminar de se entrar.
Lembra? Lembra do entrar um dentro do outro? Lembra do se perder? Lembra dos poucos segundos que pareciam eternidade? Lembra?
Ah... esses olhos.
Vê-los novamente trouxe a saudade de volta. Trouxe toda aquela ansiedade. Trouxe todo o desejo. E eu aqui pensando que não os veria novamente. Eu aqui pensando que os olhares estavam perdidos. Às vezes é tão bom estar enganada. Tão bom estar atordoada. Tão bom estar, ah... esses olhos.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
Tropeço
(Paulo, por todos os motivos. E por apenas um.)
(Há uma música que acompanha esse texto, e aqui está ela: https://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48)
Eu queria que te vissem como eu
como eu te vejo
como eu te vejo e te desejo
te desejo o amor
todo amor dessa vida
Pra gente sair daqui
sair daqui e ser feliz
ser feliz e viver
ser feliz e esquecer
ser feliz e se morrer
foi
Vamos
porque só a gente se entende
só a gente se aguenta
só a gente se sustenta
de pão, pirraça ou saco cheio
O dia passa e a gente nem percebe
a noite chega e não faz diferença
o tempo acompanha mas a gente só cresce
junto separado contigo comigo ou só
e se só não é a maior menor palavra, não sei qual é
Por todo amor que houver nessa vida
Por todo o horror que nos cerca e não nos espanta
Por toda a dor que houver de passar
Por todo dia que houver de sonhar
Por mais que tudo isso
pelo dia
o bendito dia
em que nesse grande mundo
e nessa vastidão de pessoas
eu te encontrei.
(Há uma música que acompanha esse texto, e aqui está ela: https://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48)
Eu queria que te vissem como eu
como eu te vejo
como eu te vejo e te desejo
te desejo o amor
todo amor dessa vida
Pra gente sair daqui
sair daqui e ser feliz
ser feliz e viver
ser feliz e esquecer
ser feliz e se morrer
foi
Vamos
porque só a gente se entende
só a gente se aguenta
só a gente se sustenta
de pão, pirraça ou saco cheio
O dia passa e a gente nem percebe
a noite chega e não faz diferença
o tempo acompanha mas a gente só cresce
junto separado contigo comigo ou só
e se só não é a maior menor palavra, não sei qual é
Por todo amor que houver nessa vida
Por todo o horror que nos cerca e não nos espanta
Por toda a dor que houver de passar
Por todo dia que houver de sonhar
Por mais que tudo isso
pelo dia
o bendito dia
em que nesse grande mundo
e nessa vastidão de pessoas
eu te encontrei.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Porque não importam os seis meses de inverno
(Rubens, Paulo e Ian. Porque eu nem preciso explicar porquê.)
Porque ao seu lado não dói
ao seu lado é como se nada tivesse acontecido
é como se eu fosse esse momento e nada de ruim passa por minha cabeça
Porque ao seu lado a vida acontece
não me sinto estancada numa ferida aberta
não me sinto parada no tempo ou num ponto fixo no espaço
Porque ao seu lado o mundo gira
ganha cor, cheiro, flor e sabor
como os seis meses de escuridão total que voltam a ver o sol
Ao seu lado
Aos seus lados
Aos lados
Seus
Como se fôssemos um
Como se fôssemos cada um
uma qualidade de um grande todo
Porque ao lado de vocês...
se bem que nem precisa ser ao lado literalmente
mesmo de longe a gente não se espanta
Porque a gente nem precisa de porquê
a gente simplesmente sabe
e é.
Porque ao seu lado não dói
ao seu lado é como se nada tivesse acontecido
é como se eu fosse esse momento e nada de ruim passa por minha cabeça
Porque ao seu lado a vida acontece
não me sinto estancada numa ferida aberta
não me sinto parada no tempo ou num ponto fixo no espaço
Porque ao seu lado o mundo gira
ganha cor, cheiro, flor e sabor
como os seis meses de escuridão total que voltam a ver o sol
Ao seu lado
Aos seus lados
Aos lados
Seus
Como se fôssemos um
Como se fôssemos cada um
uma qualidade de um grande todo
[Eu tenho medo.
Não quero estragar o que há entre a gente.
Tenho medo.
É difícil trocar algo certo por algo indeciso.
Medo.
Você não sabe... não entende.
Eu.]
Porque ao lado de vocês...
se bem que nem precisa ser ao lado literalmente
mesmo de longe a gente não se espanta
Porque a gente nem precisa de porquê
a gente simplesmente sabe
e é.
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quinta-feira, 26 de junho de 2014
Tabuleiro
me dá um aperto
ter que ser desse jeito
eu não entendo
e ninguém me explica
eu sei eu sei eu...
não sei mais se sei
acho
mas só acho
e continuo perdida
e continua a partida
mas não é mais minha vez
já rolei os dados
contei as casas
cantei
fugi
saí
esqueci
passou a vez
agora
meu peão fica parado
espero os dados
que alguma hora se lançarão
alguma hora
lembrarão de mim
enquanto eu
por minha vez
vivi
ter que ser desse jeito
eu não entendo
e ninguém me explica
eu sei eu sei eu...
não sei mais se sei
acho
mas só acho
e continuo perdida
e continua a partida
mas não é mais minha vez
já rolei os dados
contei as casas
cantei
fugi
saí
esqueci
passou a vez
agora
meu peão fica parado
espero os dados
que alguma hora se lançarão
alguma hora
lembrarão de mim
enquanto eu
por minha vez
vivi
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segunda-feira, 2 de junho de 2014
Cidade (gente)Grande
(Mesmo não existindo amor em SP, me apaixonei.)
Porque aqui não existe amor
Porque aqui não existe amor
Mas nem todo mundo deixa de amar
Nem todo mundo é frio e cinza
Ainda tem cor nesse lugar
Ainda tem calor
Apesar de ventar
Ainda faz sol e a vida brilha
Mesmo quando tem chuva no ar
A gente acorda
Sai pra rua
Encontra gente
Anda anda anda
Entra ali vira aqui
Pés cansados
É bom ficar pouco tempo pra querer voltar
Mesmo quando anoitecer
A vida continuar
Vinte e quatro horas por dia
Sete dias por semana
Aqui ainda tem cor
Mesmo quando esfria
Aqui ainda tem calor
Mesmo quando a noite pia
Mas aqui não existe amor
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Suspiro
Solta o ar
Salta
Pro ar
Pra voar
Pra variar
Esse cardápio
Esse cargo
Rápido
Depressa
Passa a hora
Vamo embora
Embola
Enrola
Deita
Namora
Desfruta
Desgruda
Desvira
Revira
e volta
Salta
Pro ar
Pra voar
Pra variar
Esse cardápio
Esse cargo
Rápido
Depressa
Passa a hora
Vamo embora
Embola
Enrola
Deita
Namora
Desfruta
Desgruda
Desvira
Revira
e volta
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Andança
Vai ver que nesse me virando
te esbarro
Vai ver que nesse te esbarrando
me perco
Vai ver que nesse me perdendo
te acho
Vai ver que nesse te achando
me sonho
Vai ver que nesse me sonhando
te vejo
Vai ver que nesse te vendo
me vivo
Vai ver que nesse me vivendo
te conheço
Vai ver que nesse te conhecendo
me carrego
Vai ver que nesse me carregando
te amo
Vai ver que nesse te amando
me repenso
Vai ver que nesse me repensando
te esqueço
Vai ver que nesse te esquecendo
eu vejo
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poemas
segunda-feira, 12 de maio de 2014
(ré)Começo
(Será?)
Eu já andava desacreditada. Nem pensava que era possível encontrá-los de novo. O castanho, o sorriso, o carinho, o contato, o coração (que pára).
Mas às vezes é muito bom ser pega de surpresa...
Eu já andava desacreditada. Nem pensava que era possível encontrá-los de novo. O castanho, o sorriso, o carinho, o contato, o coração (que pára).
Mas às vezes é muito bom ser pega de surpresa...
domingo, 27 de abril de 2014
Pouquidade
(Por não vê-los mais.)
Faz tempo. Passou muito tempo. Eu ando numa crise de abstinência. Já não lembro mais como é a sensação, não lembro mais da emoção, não sinto mais o coração. Parece que se não estou sendo vista pelos seus olhos, simplesmente não estou sendo vista, não estou aqui. Ok, talvez não tão dramaticamente assim. Mas me faz falta. Só a memória não é o suficiente, eu quero o acontecer novamente.
Cadê os olhos? Me encarando, me fitando, me penetrando. Se entrando, se perdendo, se ficando.
Cadê os olhares? Trocando, vivendo, olhando, sendo, estando, piscando.
Anseio seus olhos, tê-los nos meus mais uma vez. O castanho de um se misturando no castanho do outro. Anseio os poucos segundos que nossos olhares duravam. Mas, mais do que isso, anseio a intensidade que tinham. Não é possível que só eu a tenha sentido. Me recuso a acreditar nisso. Era muito intenso para tal. Talvez seja difícil entender, acreditar, aceitar, admitir, reconhecer, mas está lá. Existe.
Devo te confessar uma coisa. Não é o que desejo, mas é o que anda acontecendo. Seus olhos andam sendo substituídos por outros, involuntariamente. Eu quero os seus, mas não os estou tendo. Tenho uma carência deles, parece que me falta alguma coisa no dia a dia. Outras sensações vão me invadindo, outras emoções me consumindo. Quero o que tenho com você, mas na falta disso, vou suprindo minha "dependência" com uma seleção minuciosa de outras experiências. Na falta dos seus olhos outros me aparecem... e roubam a cena, incontrolavelmente.
O que eu não daria pra te encontrar. Ainda, sempre, espero. Espero, sempre, por você. Espero, sempre, poder encontrar seus olhos novamente. Espero, sempre, poder me perder mais uma vez na imensidão que é olhar dentro de alguém. Espero, sempre, ter mais uma conversa que seja banal. Espero, sempre, por mais um segundo. Espero, sempre.
Hoje pensei que vi você. O coração disparou. Pensei que eram seus olhos que encontrariam os meus novamente. O coração veio até a boca. Pensei que veria teu sorriso sorrir pra mim. O coração, sozinho, parou. Não era você.
Faz tempo. Passou muito tempo. Eu ando numa crise de abstinência. Já não lembro mais como é a sensação, não lembro mais da emoção, não sinto mais o coração. Parece que se não estou sendo vista pelos seus olhos, simplesmente não estou sendo vista, não estou aqui. Ok, talvez não tão dramaticamente assim. Mas me faz falta. Só a memória não é o suficiente, eu quero o acontecer novamente.
Cadê os olhos? Me encarando, me fitando, me penetrando. Se entrando, se perdendo, se ficando.
Cadê os olhares? Trocando, vivendo, olhando, sendo, estando, piscando.
Anseio seus olhos, tê-los nos meus mais uma vez. O castanho de um se misturando no castanho do outro. Anseio os poucos segundos que nossos olhares duravam. Mas, mais do que isso, anseio a intensidade que tinham. Não é possível que só eu a tenha sentido. Me recuso a acreditar nisso. Era muito intenso para tal. Talvez seja difícil entender, acreditar, aceitar, admitir, reconhecer, mas está lá. Existe.
Devo te confessar uma coisa. Não é o que desejo, mas é o que anda acontecendo. Seus olhos andam sendo substituídos por outros, involuntariamente. Eu quero os seus, mas não os estou tendo. Tenho uma carência deles, parece que me falta alguma coisa no dia a dia. Outras sensações vão me invadindo, outras emoções me consumindo. Quero o que tenho com você, mas na falta disso, vou suprindo minha "dependência" com uma seleção minuciosa de outras experiências. Na falta dos seus olhos outros me aparecem... e roubam a cena, incontrolavelmente.
O que eu não daria pra te encontrar. Ainda, sempre, espero. Espero, sempre, por você. Espero, sempre, poder encontrar seus olhos novamente. Espero, sempre, poder me perder mais uma vez na imensidão que é olhar dentro de alguém. Espero, sempre, ter mais uma conversa que seja banal. Espero, sempre, por mais um segundo. Espero, sempre.
Hoje pensei que vi você. O coração disparou. Pensei que eram seus olhos que encontrariam os meus novamente. O coração veio até a boca. Pensei que veria teu sorriso sorrir pra mim. O coração, sozinho, parou. Não era você.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
O Homem
Eu tive um sonho.
Acordei.
Em minha cabeça, uma história fascinante. Um homem encantador, um cachimbo e uma vara de pesca. Contava suas aventuras, seus sonhos, seu amor. Eu queria viver o mundo como ele. Queria conhecer a vida com seus olhos.
Ser peixe ser gente. Peixe grande gente grande. Peixe nada gente caminha. Respira. Peixe gente gente peixe grande pequeno mais ou menos nada nada nada respira caminha de um lado a outro pula salta dentro ou fora água doce salgada rio mar oceano terra terra terra grama verde céu azul azul mar piscina ondas mar mar mar respira nuvens chuva água céu cinza chão concreto asfalto quente calor calor calor sol manhã claridade noite escura azul profundo mar azul azul ondas ondas ondas ondas ondas ondas água caiu afogou.
Existe? Mas e se ninguém estiver olhando? Será simplesmente sonho?
Vi
escondido por ali
atrás da vergonha e do cheiro de mulher
fumando um cachimbo e contando uma história
desenhando a vida com suas palavras
à deriva do eixo
à margem de tudo
Na beira do rio
pescando sua sorte
bebendo a luz do dia
olhou para mim
e perguntou:
"O que faz você aí, atrás da árvore?"
Pega de surpresa
não soube o que responder
saí correndo para despistar
mas parei logo a diante
Sorriu
gargalhou
pensou consigo
parou comigo
e se encontrou novamente
no profundo do rio
Falava
cantarolava
fumava
pescava
e brincava de ser só
Se perguntava se a vida
era simplesmente isso
simplesmente a beira do rio
o cachimbo na mão
e a vara na outra
uma canção na boca
e outra no coração
E o amor?
amor já era
amor já se foi
amor tinha data
e o prazo expirou
Seu amor agora era a vida
as manhãs e os fins de tarde
os nasceres e se pores do sol
a noite estrelada
a lua
o rio
a chuva
Seu amor eram os segundos
cada um importava
pois não sabia seu tempo
ou se seu prazo chegava
até ter de retornar ao fundo do rio
e de lá apenas observar
e contemplar o lado de fora
A vida de peixe não mais lhe apetecia como antes
a vida do lado de fora lhe era muito mais interessante
Acordei.
Em minha cabeça, uma história fascinante. Um homem encantador, um cachimbo e uma vara de pesca. Contava suas aventuras, seus sonhos, seu amor. Eu queria viver o mundo como ele. Queria conhecer a vida com seus olhos.
Ser peixe ser gente. Peixe grande gente grande. Peixe nada gente caminha. Respira. Peixe gente gente peixe grande pequeno mais ou menos nada nada nada respira caminha de um lado a outro pula salta dentro ou fora água doce salgada rio mar oceano terra terra terra grama verde céu azul azul mar piscina ondas mar mar mar respira nuvens chuva água céu cinza chão concreto asfalto quente calor calor calor sol manhã claridade noite escura azul profundo mar azul azul ondas ondas ondas ondas ondas ondas água caiu afogou.
Existe? Mas e se ninguém estiver olhando? Será simplesmente sonho?
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