quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Décimo Andar
eu me pego pensando uns absurdos
umas coisas loucas
desperto no meio da noite
e não entendo
não esqueço
corro em círculos
tentando achar a saída
desse lugar
sem portas
ou janelas
desse quarto quadrado
ao avesso
às vezes
eu queria sair gritando
pela rua
ocupando o espaço
do som
ao prédio
pra acabar com esse tédio
de dentro de mim
tem dias que amanheço
pensando
no fim dos dias
nas noites dos sóis
nos becos
nas partidas
e sem dizer
viajo
vou embora
e me despeço sem abraço
mando carinho
pelo espaço
desenhando
com meu traço
a reta-curva-torta
dos meus passos
tem dias que eu só queria sair.
domingo, 11 de dezembro de 2016
Ode ao amor II
Se olharam de lado
Distantes
Despertos
Profundo
Espesso
"O que vem depois disso?"
Não sabido
Não descrito
Não implícito
A mostra
Latente
Ardente
Vazante
Corrente
Aberto
Ferida
Sangrando
Por dentro
Um dia desses me disseram que distante era o nosso tempo, nosso descompasso, nosso passo atrasado. Mas descobri, ao longo dos dias, que distante era o nosso abraço, nosso olhar, nosso espaço. Descobri contigo que a distância é maior rente à pele. Descamando as entranhas e penetrando minhas vísceras. Descobri que amar também é perder.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Ode ao amor
De cabeceira
De trás pra frente
Diferente
E contente
Como a gente
Dispersa
Desperdiçada
Desgarrada
Amada
Mal dizia
O pensamento
Que contava
Minha tia
"Desse mal
O mundo sofre
Mas é o que trás
calmaria"
Nem de longe
Eu percebia
Discreto
Me seduzia
Distante
Me percebia
Avoa
Desliza
Descalça
Descama
Derrama
Me conta
Depois
Ou me distrai
De manhã
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Manifesto-ação
distraída
escondida
despercebida
sabia e dizia
tentava se explicar
o que penso também importa
não quero saber se discorda
eu também penso
também posso
dizer que é assim
e sempre foi
é muito fácil
difícil é mudar
questionar
bater o pé
não arredar
levar porrada
e levantar
lutar
parar
virar
trocar
causar
alterar a ordem natural das coisas
para
enfim
enxergar
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Ocupação
- Olha aqui
- Não tô te vendo
sábado, 17 de setembro de 2016
Transeunte
Efêmero
Como o dia, a noite
Como as pequenas partículas
Como a respiração
Efêmero
Distante e eterno
Constante e momento
Efêmero
Como o dia que anoitece
fogo.
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sobe
sobe
a fumaça sobe
a fumaça desce
e a fumaça passa
exatamente por aquele buraco
que eu acreditava não existir
que eu jurava não encontrar mais
saía
livre e solta
dispersa no ar
preenchendo
olhar
sábado, 4 de junho de 2016
A Última Vértebra
Os pés que tocam o chão
energia
A força que leva a intenção
sinestesia
Os olhos enxergam
mas é o coração que
sinceramente
vê
Teu solo é sagrado
o chão que toca em seus pés
desloca
e me envolve
com o mais sincero abraço
de gratidão
E diante da imensidão
de te ver
construir serenamente
me arrebatar de repente
uma lágrima escorre
sensação
A gota se desmancha no meu rosto
que sinceramente chora
sinceramente ri
e te contempla
sinceramente sua
Diante de você me entrego
de corpo e alma
e esses corpos que diante de mim
se estendem
penetram a calma
e desmancham a saliência
que brotava em minha mente
A vastidão de teus silêncios
e o encanto de teus versos
me acalmam
e ao mesmo tempo me emudecem
a ponto da reação se transpassar
na afetação
Troca
Afeto
Emoção
Sinestesia
Aprendizado
Gratidão
sábado, 14 de maio de 2016
Pois agora vou falar
sábado, 19 de março de 2016
Sem saber o que gritar, digo apenas o que me entala.
domingo, 7 de fevereiro de 2016
Pouco verso hoje junto.
do tormento ou da razão
Mas esse riso de expressão
não justifica nada
Eu quero a emoção
explica a ação
E que eu me contenha de paixão
mas me deixe
Entenda que não
eu quero dizer não
E seria a mais fácil expressão
da mentira
Difícil intenção
compreender pela razão
O que nem a emoção
dá conta
A seriedade da ênfase
necessária
Não
eu não faço questão