quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Só se foi, só se é, só se for

(Inspirado em nós, Emma. Em nossa época cinza que se coloriu e se complicou.)

É cinza. O dia a noite a tarde o entardecer e o amanhecer. Os dias meio que se mesclam meio que se embaralham porque no fundo não faz diferença no fundo poderia ser qualquer dia. A cinza cai. Como um cinzeiro que sempre está lá para aquilo carregar cinzas assim viram os momentos todos cinzas que passam caem e voam com o vento. É frio. Faz calor mas sinto frio mas por dentro é tudo frio quem disse que sinto calor? Mentira. Ah o cinza a cinza acinzentar isentar e inventar. Era tão mais fácil. Era só mas era mais fácil. As cores são tão difíceis pensar sobre elas combiná-las visti-las ser-las. O mundo colorido trás a esperança que não tenho trás o calor que eu não gosto trás o amor que me desafia e trás a dor que me persegue. O cinza não doía. Por que as cores doem tanto? Eu amo as cores. O colorido a vivacidade a paleta a diferença a individualidade a peculiaridade o cada um sendo um e ninguém mais. O cinza é tão tentador tão chamativo tão sedutor tão meu tão seu tão nosso. Era nosso. Agora somos das cores dos amores das dores da chama que arde bem aqui dentro bem lá no fundo que não consigo evitar mas que dói ao mesmo tempo que queima e é forte e destrói e constrói e vive. Por que sentir é tão complicado? Por que é tão difícil? Eu queria umas explicações que não existem só pra tentar entender mas não se entende simplesmente se sabe ou não se sente ou não se vive ou não. Se morre? Só de paixão.

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