domingo, 30 de março de 2014

Janela

(Aos seus olhos e, por consequência, nossos olhares.)

É um olhar nos seus olhos tão constante que consigo te desenhar com os meus fechados. Ou mesmo se a gente nem estiver perto. Eu consigo captar todo e qualquer detalhe do seu rosto. Suas feições, suas perfeições e suas imperfeições. Seu olhar puxa o meu, e o meu o seu. É impressionante como a gente consegue se chamar apenas com o olhar. Basta nossos olhos se cruzarem uma vez e a gente se prende lá, não consegue sair. A gente nem chega a piscar enquanto se olha. Na verdade, é isso que faz a gente perder a conexão, o nosso fechar a janela da alma. A gente se olha tão intenso que parece que se penetra, se entra um dentro do outro e se esquece de sair. Talvez não seja nem se esquecer, mas se deixa ficar, se deixa estar. Se entra e se perde lá.

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