terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Conta(gem)


(10) 10 coisas que eu odeio em você. É um bom filme, gosto bastante dele. Engraçado ver os atores quando jovens e depois vê-los mais crescidos fazendo filmes completamente diferentes. Ou então saber que eles acabaram morrendo, depois de um papel sensacional como o do Coringa pelo Heath Legder. Uma pena. Mas sem melancolias, vamos. (9) Outro dia te observava dormir. Como você dorme tranquilamente, parece que nem sonha, ou tem pesadelos. Eu sempre acordo durante a noite por algum motivo, seja pelo vício no Naridrin ou um sonho mal terminado. Piores são as vezes que não consigo voltar a dormir. Parece o fim. O tempo não passa. (8) Mas aí eu começo a ver algum filme ou uma série, ou mesmo qualquer coisa que esteja na televisão, só pra passar o tempo. Em último caso pego um dos trocentos livros que começo a ler e largo no meio do caminho e continuo, pra ver se uma hora consigo terminar algum deles. (7) Muita coisa pra pensar. Não quero mais. Vou pra janela e abro-a. Friozinho gostoso. Deixo o vento bater na cara esfriando a alma. Gelando o rosto. Então acendo meu cigarro. Que sensação boa. Relaxamento total. (6) Sinto falta do teu corpo. Volto pra cama, mas antes termino o cigarro, não se pode desperdiçar um cigarro. Nem preciso dormir, só te ter nos braços. Um dado momento acabo dormindo. (5) Sonhos conturbados. Acordo com o mais baixo dos barulhos ou o menor dos movimentos seus. A noite dura uma eternidade. (4) Às vezes me pego de olhos abertos. Pensando. Engraçado, quanto mais vivemos mais perto da morte estamos. Engraçado pensar que só somos motivados a fazer coisas e a nos realizar na vida porque morremos um dia. Porque temos um fim. Acho engraçado pensar nessas coisas. (3) Outro dia olhei pra você e você não sorria. Não entendi. E eu não sabia o que fazer. Parecia que tinha me perdido no espaço e não pisava no chão. Mas daí pra chegar a reagir, já tinha passado. (2) Eu tanto o que falar. Engraçado quando paro pra pensar que simplesmente não consigo. Eu realmente não entendo. Me dou tão bem com as palavras. Pouco a pouco fui me perdendo. Fui me esquecendo. E o ano foi passando. (1) Só mais um segundo. E o mundo acha que depois disso tudo muda. Só porque esse mísero segundo passou. Virou meia-noite. Virou do dia 31 para o dia 1. Como acontece alguns meses do ano, nos outros temos do dia 30 ao dia 1 e em Fevereiro temos a exceção. Mas essa última virada de mês, do último mês pra entramos no primeiro mês de novo. O mundo acha que muda. O mundo muda. Muda o mundo e muda o tempo. E fica tudo mudo. E acaba o segundo. (0)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Valsa nº 5 ou Por 2013

Ao mal que lhes causei, perdão
Aos dias que me distanciei, compaixão
Às noites que não cheguei, solidão
Ao respeito que lhes faltei, não foi minha intenção.

[...]

Ao que aconteceu, renovar
Ao que está por vir, adaptar
Ao amor, que nunca nos faltou, mais.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Valsa nº 4 ou Chegando ao Fim

Ao que não pude dizer, perdão
Ao que deixei de fazer, compreensão
Ao que não se resolveu, tempo
Ao que ainda não se esqueceu, amor
Ao que deveria ser, paciência
Ao que deixou de acontecer, reverência
E para você, uma flor.

Ao dizer-te ‘adeus’, frio
Ao abraço que te dei, calor
Aos dias que não te vi, só
Às noites que te neguei, dor
Ao descontento e ao desamor, nós.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Alagação

(Com contribuições inspiradas de Ricardo "Pingo" Calixto.)

E se eu disser
tudo o que ficou aqui dentro
Se eu disser
o que sinto nesse momento
Se eu disser
e gritar ao relento
Se eu disser
Se eu disser
Se eu te disser
que queria conversar
que queria me desculpar
que queria aprender a dizer não

Mas me arrependeria se não dissesse sim

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Antes de Ir

Queria te ver
Um último minuto
Antes de ir

Queria dizer
Que te gosto
E sinto muito

Queria esquecer
Que um dia a gente foi junto
Mas agora não vai mais

Queria poder
Te ter
E prazer
Como vai você?

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dizeres (como és, como sou, como-um nós)

Me irrita
e eu nem sei porquê
Me irrita
e eu nem tenho o que dizer
Me irrita
e procuro o que fazer
Me irrita
e assim me deixa ser

Como se assim fosse
Como se assim precisasse ser
Como se assim acabasse o doce
Como se assim ver o sol nascer

Não que fosse assim
Não que devesse ser
Mas de alguma maneira
acho que era

Agora
Me diz

Aperta meu coração na sua mão
estraçalha
esfarela
e
me mata logo
(de uma vez)